Translate

domingo, 21 de outubro de 2012

Entrevista: Diego Miranda




O primeiro entrevistado do blog se chama Diego Miranda. Ele é vocalista e guitarrista da Scracho e conversou comigo um pouco sobre a banda, os projetos e sua vida.

Por que o nome da banda é Scracho?

O nome da banda é esse porque não tinha nome pro primeiro show, que foi um show de talentos no colégio e aí nós estavamos fazendo brainstorm de qual poderia ser o nome e dentre vários nomes horrorosos que pintaram, pintou scracho pq tinha um restaurante aqui no Jardim Botânico que se chamava Dom Escracho. Tiramos o "dom", o "e" e botamos Scracho pro primeiro show. Ficou pro segundo, pro terceiro e ficou esse o nome da banda.

Você sempre quis ter uma banda ou isso foi coisa de colégio?

É, foi coisa de colégio, eu sempre quis ser jogador de futebol. Mas sempre gostei de música, ouvi muita música e com 12, 13 anos comecei a me interessar. Via os meninos do meu colégio tocando e achava maneiro. Pedi pra fazer aula de violão e comecei a tocar música dos outros. Me juntei com o Rodrigo e o Caio pra fazer música também. Começamos a tocar cover e quando a gente viu a gente tinha uma banda e depois a gente foi fazendo música própria e o Gabriel entrou. Mas foi de colégio, com uns 13, 14 anos que eu comecei a me interessar.

E quais foram as influências da banda?

No começo era Blink, Charlie Brown Jr, Raimundos, Foo Fighters, New Found Glory. Depois de muito tempo que a gente começou a ouvir Sublime, Bob Marley, Catch a Fire, Natiruts, Paralamas, Skank.. As primeiras influências foram essas, aí depois a gente foi ouvindo outras. No "A Grande Bola Azul" tinha músicas do começo da banda, com 15 anos, e a gente gravou em 2008, 2009, mas tinham músicas que eram de 2003, então era uma banda mais de menino.

O que você acha da música brasileira hoje em dia?

Eu acho que a música brasileira tem muita música de qualidade, boa. A cultura no Brasil é muito rica e tem muita gente fazendo som maneiro mas o que tá funcionando agora é o sertanejo universitário, que é esse sertanejo com funk. Eu já entrei com várias discussões com amigos meus por causa disso mas eu acho que essa música que faz sucesso e é meio pobre, em termos de arranjo, letra, é um pouco o reflexo do país, as pessoas não são muito educadas. Acaba sendo um pouco o reflexo da falta de educação do brasileiro, que o cara não tem muito discernimento pra curtir algo mais rico, elaborado, até porque o cara não entende. Se você for fazer uma música muito rebuscada, com nuances de tom, de arranjo, de letra, a maioria dos brasileiros não vai entender, não vai conseguir discernir isso porque as pessoas são mal educadas mesmo, mas tem música boa. As pessoas que acabam optando por fazer esse som um pouquinho mais elaborado acaba não atingindo a massa e aí quando você não atinge a massa, você morre de fome. Eu ouço vários artistas brasileiros que são bons, mas eles atingem nichos.

As redes sociais. Quão importante elas são?

A começou tendo um blog. Já começamos inseridos na internet. A internet a 7, 8 anos atrás é bem diferente de hoje. Não tinha facebook, twitter, nem youtube eu lembro direito como funcionava mas o Scracho é uma banda que já nasceu na internet. Quando eu morava na Alemanha eu gravava minhas ideias de música lá, mandava pro Gabriel aqui, aí ele mudava, mandava pra mim e a gente já fazia música assim, pela internet. E a gente usa as redes sociais primeiro porque é o único meio que a gente não depende de gravadora, dinheiro pra fazer e sendo o meio mais democrático, onde a gente consegue falar pra um público maior, é onde a gente sempre atua desde o começo. E aí pro "Mundo a Descobrir", que é o nosso ultimo cd, a gente não tinha gravadora, fizemos um cd independente e a gente falou "ah, vamos focar na internet", aí surgiu a ideia de fazer webclipe pra todas as músicas porque a gente percebeu que a gente mesmo na hora de ouvir uma música, vai no youtube mostrar. E os nossos vídeos lá eram feitos por fãs, tipo uma foto da banda ou um slideshow de foto ou letrinhas da música no paint. E tem vídeos de fãs nossos com 1 milhão de views de Morena, desenho no paintbrush com 500 mil views.E pensamos de botar então nós mesmos no youtube pra que esses vídeos sejam nossos. E ao invés de colocar capa do cd, vamos fazer vídeo, mesmo que seja meio caseiro, "faça você mesmo" e aí a gente fez. Pegamos o iphone e fomos filmando por aí. Tem vídeos com maior qualidade do que outros, com mais acessos, mas acabou dando muito certo porque hoje, que faz um ano de cd, a maioria dos clipes tem mais de 50 mil views.

Twitter. Você escreve o que quer, tem mais de 13 mil seguidores e como fica sua vida? Tem um limite do que escrever pra passar pro pessoal ou não?

No twitter do Scracho a gente fala só coisas relacionadas ao Scracho e no meu eu falo qualquer coisa, besteira, fazendo piada. Óbvio que tem limites, não vou ficar ali contando da minha intimidade pras pessoas mas eu acho o twitter menos invasivo que o Facebook. No Facebook você consegue ver com quem aquela pessoa conversou, o que ela curte, vê qual o perfil dela e o twitter eu acho que é mais 140 caracteres e não tem muita informação. Eu acho mais tranquilo, acabo escrevendo qualquer besteira. Óbvio que tem que ter um cuidado, mas no meu twitter eu falo o que estou a fim de escrever.

Como rolou o convite pra ser roteirista da nova temporada de malhação desse ano?

Rolou porque a uns 3 anos atrás teve uma web série na internet que se chamava desenrola e tinha um personagem que era um menino que tinha uma banda e ficou dividido entre banda e faculdade. A diretora dessa web série, que é a Rosane Svartman, perguntou pra um amigo dela, que é um amigo em comum nosso, se ele conhecia alguém que pudesse ajudar nesse universo. E eu fui indicado pela Liana por escrever música e estar inserido nesse mundo. Fui até a produtora, fiz a web série, aprendi a escrever roteiro, fiz um trabalho meio de co roteirista. Depois disso, um ano depois, veio o filme, que não tinha o mesmo personagem, mas ela tinha gostado do meu trabalho e me chamou pra escrever. Eu escrevi, ela gostou e a Globo a chamou pra escrever essa temporada de malhação e ela me convidou.

Quais os planos pra um futuro não tão distante pra você e pra banda?

Eu pretendo me formar, já está mais do que na hora. E o Scracho, a gente tá ensaiando um projeto acústico, porque vamos fazer um especial de fim de ano. Vamos pegar umas quatro músicas do "Mundo a Descobrir" e fazer uma releitura delas mais nessa pegada. Vai ter uma música inédita, um cover pra Débora cantar e esse é o primeiro plano. A gente deve gravar mês que vem, aqui no Rio, com uma produtora de vídeo, então vai ser acústico áudio e vídeo e isso vai acontecer ainda esse ano. O próximo projeto é um novo cd pro ano que vem que a gente já está começando a escrever.

Nenhum comentário:

Postar um comentário